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27 de março de 2009

Obsessão pelo fresco

Hábitos culinários são assuntos que me interessam pelo meu histórico profissional na área de alimentos . Me intrigam particularmente aqui a ausência de obesos e a saúde aparente dos habitantes da terceira idade.

Come-se bastante carne, inclusive de caça como javali e alce e até jumento (no caso de salames) e cavalo (existem açougues especializados chamados Macelleria Equina). Também muita carne de porco e coelho. Portanto, não podemos falar em carnes absolutamente magras.


A pasta (massa) é sagrada e na maioria das vezes com molhos saudáveis à base de tomates mas também frequentemente com molhos de queijo ( ex: Queijo Fontina).



Em restaurantes, o doce também é comumente pedido assim como o segundo prato geralmente acompanhado de uma verdura, salada ou no caso de crianças, batatas fritas.
Este menu completo, não é exceção, é regra!
Meu marido e eu que somos um pouco "raros" pedimos apenas a massa ou a carne com uma salada e raramente o doce. Deixamos sempre espaço para os sorvetes que tomamos na rua, absolutamente DIVINOS. Não podemos esquecer da água, geralmente gasosa e do 1/4 de vinho por pessoa ( 250ml).
Em casa a realidade não deve ser muito diferente, certamente substitui-se o doce por fruta , mas o resto é o mesmo.
O café da manhã é relativamente pobre: café com leite ou cappuccino e uma brioche (tipo de croissant levemente doce) recheado de marmelada ou vazio. Pois é! um enigma! Nada de comer a cada 3 hrs e um café da manhã rico com um jantar irrisório.
Pretendo ir desvendando este enigma que deve passar pela farinha de "grano duro", o açúcar de beterraba,  a alimentação equilibrada sempre composta de verdura e fruta, e um fator importantíssimo que é a cultura do alimento fresco .
O italiano é notadamente obcecado pelo que é fresco. Li um artigo sobre a dificuldade de se vender uva sem semente aqui pois insistem em achar que é geneticamente modificado ( não é. Na verdade trata-se de semente híbrida) , o que não acontece em outros países da Europa.
Assim não consumir conservantes é uma prática constante.
Vemos a preferência por salames "caseiros", sem conservantes, feitos por pequenos produtores; pelos sorvetes naturais (feitos em gelaterias artesanais);  salsichas sem polifosfatos. Também  a preferência da compra de queijos, frutas e verduras no "mercato" (onde estão os pequenos produtores) em detrimento aos supermercados (que são muitos) e o uso raríssimo de adoçantes inclusive cocas light ou diet .
Na verdade acredito que pelo menos 80%do consumo de refrigerantes seja feito por crianças. Não se veem adolescentes consumindo-os todo o tempo e adultos é uma verdadeira raridade !!!
Devemos ainda lembrar que culinária aqui é assunto sério no que diz respeito aos cuidados em se fazer refeições deliciosas. É também fator agregador , pois são feitas em companhia e sem a pressa que temos aí.
Não por acaso o movimento "SlowFood" partiu de uma cidade próxima, Bra.
http://www.slowfood.com/
 
Assim, compremos o que é fresco !

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