Retorno e Reflexões

Caros leitores , finalmente mais uma postagem! Desculpem pela falta de atualização mas minha vinda ao Brasil afetou muito minha rotina e problemas de saúde na família ainda mais. É cada vez mais evidente que o mais importante são as relações humanas ...as pessoas que amamos.

Fiquei pensando o que escrever neste retorno. Falando de amor me lembrei do evento que participamos um pouco antes destas férias. Fomos convidados por um casal amigos a ir a uma festa brasileira beneficiente, onde teríamos a oportunidade de comer feijoada, mandioca e tomar uma caipirinha ou um Guaraná. O jantar foi muito gostoso e o evento era em benefício a uma missão católica no interior da Bahia.

Foi surpreendente e comovente observar uma freira falando do Brasil ou melhor do povo brasileiro com tanto afeto (credos à parte). Estávamos numa cidade minúscula para nossos padrões e mesmo assim éramos 300 participantes! Uns 50 jovens faziam a função de garçons e soubemos ali que eram voluntários que iriam passar o verão em ações missionárias nestes confins (algo em torno de 400 km de Salvador).

Confesso que foi um pouco incômodo ver que estes jovens viajariam tantos quilômetros para beneficiar uma comunidade tão distante e que eu como brasileira era a primeira vez que participava de uma ação para uma comunidade carente no interior do NE! Pensei também o quanto os jovens brasileiros hoje buscam se aperfeiçoar em inglês, espanhol ou buscam ter uma experiência internacional tão necessária no CV...Acho que deixamos passar alguma coisa...Claro que eles estão buscando um lugar legítimo na carreira que escolheram porém algo de questionável existe na priorização de idiomas que muitas vezes sequer serão usados nos próximos anos frente ao amadurecimento que uma ação missionária traria. Onde estão os " projetos Rondon" da minha época? Por que as empresas não priorizam de verdade este tipo de experiência gerando assim uma reação tão positiva?

Terminei o jantar refletindo o quanto tive que ir longe para ajudar uma comunidade que estava tão mais perto quando morava no Brasil.